O planejamento familiar vai muito além de tomar decisões práticas. Ele envolve reflexões sobre sonhos e temores – e também é sobre lidar com a ansiedade e as expectativas: será o momento certo? Estou totalmente preparada? Como a maternidade/paternidade vai impactar minha vida? Será que quero mesmo ser mãe?
Para cada contexto, um questionamento diferente surge – pois são muitas possibilidades, e cada indivíduo experiencia a parentalidade de uma forma. Limites sobre o próprio corpo, a capacidade ou não de gestar, a necessidade ou não de usar gametas próprios ou recorrer a gametas doados.
Existe também a limitação financeira, que muitas vezes pode adiar ou inviabilizar essa decisão, principalmente para casais homoafetivos, que precisam da reprodução assistida quando o desejo é terem filhos biológicos.
São perguntas sem respostas certas, e muitas vezes de difícil resolução… Afinal, são camadas e camadas de uma imposição da nossa sociedade sobre os corpos femininos e a cobrança por sermos mães.
Um bom começo pode ser conversar sobre o assunto, colocar para fora o que está dentro de nós sobre essas questões que nos constituem. E assim, poder responder: o que eu realmente quero?